A economia brasileira depende dos bons parceiros

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SOLANO FERREIRA

Os trabalhos desta semana da CPI da Covid foram abertos, ontem (18), com posições firmes do presidente, o senador Omar Azis (PSD-AM), reafirmando a importância da Comissão Parlamentar e Inquérito para conter o tom agressivo e desmerecedor da ala governista. Logo no início, o senador Azis contestou o pedido de troca do relator, defendendo a condução do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e destacou que aqueles “Queriam fechar o STF, agora querem auxílio para ficarem calados”, perante os depoimentos.

Depois, o senador Omar Azis contestou o depoente, o ex-ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e chegou a alertar que o depoente estava “faltando com a verdade” ao negar que teria prejudicado as relações entre Brasil e China. O ex-ministro atuou como militante em redes sociais e suas declarações causaram tensão nas relações da China com o Brasil, causando visíveis prejuízos nas aquisições de vacinas que poderiam ter evitado a morte de muitos brasileiros.

O posicionamento do presidente da CPI da Covid tem razão de existir. Independente da ideologia e do sistema político, a China é atualmente o grande parceiro econômico brasileiro, enquanto que os Estados Unidos da América, que também tem importância para os negócios brasileiros, tem muito mais um posicionamento de forte concorrente brasileiro. Os Estados Unidos como grande produtor de grãos possui política comercial agressiva e, por ser mais competitivo, leva muitas vantagens contra os produtos brasileiros.

O mesmo ocorre com o posicionamento ideológico do governo brasileiro em favor de Israel, que pouco representa para a economia brasileira, frente aos países árabes que são importantes compradores de carne e outros produtos do Brasil. Os árabes também têm importância na miscigenação da população brasileira, com grandes frentes de imigrações. Tanto que a comunidade libanesa no Brasil é de 12 milhões de pessoas enquanto que no Líbano é de 4,5 milhões. Outras comunidades árabes também imigraram e ajudam até hoje o Brasil em suas diversas formações.

Diplomacia é importante e faz bem em todos os sentidos. O Brasil sempre foi referência mundial em relações exteriores e isso não pode ser desmontado em um único governo. A economia brasileira depende dos bons parceiros. A economia de Rondônia também depende da China, Árabes e outro bons parceiros.

O AUTOR É JORNALISTA

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