Estouro da boiada pegou o ministro do meio ambiente

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SOLANO FERREIRA

Rondônia é um dos estados da Amazônia que está no centro da discussão quando o assunto é contrabando de madeira. De acordo com investigações do Ibama, a maioria da madeira retirada ilegalmente da região é proveniente do sul do Amazonas, Pará, Rondônia e de Roraima. 

A origem geralmente é de terras indígenas e unidades de conservação, ou de áreas públicas não destinadas. De acordo com investigação, geralmente a madeira ilegal é detinada para a Europa Ocidental, chegando a portos de Roterdã, Savannah, Le Havre, Barcelona, Antuérpia, Tallinn, Reino Unido, Kaohsiung, Bangkok, Klaipeda, Mobile, Veracruz, Mundra, Bremerhaven, Xangai, San Juan, Yantian, Leixões, Caucedo, Fos-sur-Mer, Porto Príncipe, Seattle, Oakland e Livorno.

A notícia do contrabando de madeira da Amazônia não chega a ser uma novidade, pois a prática desse crime é denunciada por ONGs e ativistas ambientais há muito tempo.

O fato novo surge numa investigação da Polícia Federal que resultou no afastamento do cargo do presidente do Ibama, e o suposto envolvimento dos responsáveis pelos órgãos de investigações, e até do Ministério do Meio Ambiente.

O ministro Ricardo Salles, que ganhou notoriedade internacional ao proferir a emblemática frase em reunião do governo “deixar passar a boiada” ao indicar a flexibilização das leis ambientais do país para dificultar a fiscalização. Ocorre que com a porteira aberta, a boiada estourou e atingiu o ministro que agora é alvo de investigações da Polícia Federal e teve a quebra do sigilo bancário. 

O desvendar dessa operação pode azedar ainda mais a imagem do Brasil no exterior e revelar quem são os facilitadores da exploração ilegal de madeira.

O AUTOR É JORNALISTA 

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