E o que o brasil tem a ver com a economia da China?

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SOLANO FERREIRA

A bolsa de valores teve reação positiva depois que o governo chinês anunciou injeção de dinheiro para evitar um impacto de dimensão mundial, devido a possível quebra da empresa Evergrande, gigante do setor imobiliário e que tem participações em diversos outros negócios nos ramos imobiliários, mineral, de entretenimento, mídia e veículos elétricos e acumula uma dívida estimada em US$ 300 bilhões. A Evergrande se tornou a maior devedora no mercado asiático e pode refletir no mundo inteiro devido a participação em diversos outros mercados. O conglomerado do grupo Evergrande [é de US$ 309 bilhões em ativos, equivalente a 2% do PIB Chinês.

E o que o Brasil tem a ver com isso? Para ter essa resposta é preciso entender que a economia chinesa crescia usando investimentos em infraestrutura e grandes obras com muito crédito até 2005, depois, passou a buscar o crescimento por meio de aumento da renda da população trabalhadora, em especial nas áreas rurais, e isso ajudou a aumentar o consumo doméstico. O Brasil foi favorecido por ser grande exportador de minério e aço. O negócio da ‘China” que favorece o Brasil é o aumento do consumo interno que aumentou a nossa exportação de alimentos, principalmente a proteína animal.

Atualmente o Brasil não vive sem a China porque os asiáticos são gigantes compradores. Em 2014, essa participação era de 13,4%, subindo a 15,9% em 2018 e chegando a 17,6% em 2020. A China é o maior comprador de produtos brasileiros e ainda um grandioso fornecedor de insumos e equipamentos para a indústria. A China é também um dos cinco maiores países investidores na economia brasileira.

Por essas razões, o crescimento econômico brasileiro se tornou dependente da China, e sem esses investimentos e relações de negócios, o Brasil perderá o desempenho econômico e, por consequência, afetaria a geração de emprego e renda do povo brasileiro. Portanto, o Brasil precisa se atentar ao caminhar da economia chinesa e torcer para que a China siga bem no mercado mundial.

O AUTOR É EDITOR-CHEFE DO JORNAL DIÁRIO DA AMAZÔNIA

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