Em tempo de crise, resposta rápida é o que se espera

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SOLANO FERREIRA

A inoperância do governo federal em gerir a gravíssima crise sanitária que vivemos tem custado muito caro aos brasileiros. Todos lembram o que ocorreu em Manaus (AM), quando o sistema de saúde do estado entrou em colapso duplamente: por falta de leitos e por falta de oxigênio, produto necessário para manter vivos os pacientes intubados nas UTIs.

Há umas duas semanas Rondônia mandou um pedido de socorro para o Brasil alertando o país para a situação vivida aqui com i iminente desabastecimento de oxigênio para atender a demanda crescente dos hospitais públicos e privados.

As prefeituras foram claríssimas em afirmar que o que ocorreu em Manaus estava prestes a acontecer aqui, se nada fosse feito para evitar o caos total, ao contrário do que afirmava o governo do estado, que dizia estar a situação sob controle.

O iminente colapso levou o senador Acir Gurgacz a procurar o Ministério da Saúde para tratar sobre a questão. Na ocasião lhe foi prometido que Rondônia seria socorrida com o envio de oxigênio. Duas semanas depois, a situação só fez piorar com municípios anunciando que a reserva de oxigênio está garantida só até hoje. Onde foi para o oxigêncio?

Essa inoperância do governo central levou órgãos como o Ministério Público Federal em Rondônia (MPF/RO), o Ministério Público Estadual (MP/RO), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Defensoria Pública da União (DPU) e a OAB/RO a ingressarem com uma Ação Civil Pública na Justiça Federal para garantir esse direito aos rondonienses.

A ação exige que a União, o Governo de Rondônia e as empresas que fornecem oxigênio no estado apresentem em 24 horas um “plano coordenado que garanta o abastecimento de oxigênio medicinal”, cobrança que seria desnecessária se houvesse um comando central para resolver as pendências urgentes impostas pela pandemia do novo coronavírus. 

Esperamos que não ocorra aqui o que aconteceu em Manaus, quando a União só foi socorrer o estado 10 dias depois de ter sido comunicada sobre a gravidade do problema. Em tempo de crise, resposta rápida é que se espera das autoridades.

O AUTOR É JORNALISTA

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