As seguranças das urnas e o comportamento dos eleitores

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Solano Ferreira

As eleições municipais sempre apresentam novidades que podem ser aperfeiçoadas para as eleições seguintes. Neste ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) inaugurou o supercomputador que centralizará todas as informações e fará a tabulação geral dos resultados. A novidade rendeu várias tentativas de ataques para derrubar o sistema e colocar em dúvida a segurança das eleições pelo sistema digital. Apesar do atraso de três horas nas apurações, tudo indica que o novo sistema suportou a ‘prova de fogo’, receberá ajustes e dará mais agilidade e confiança. Esperamos! O TSE não deixou por menos e acionou a PF (Polícia Federal) para investigar de onde partiu a façanha.

Outro sinal dado pelas eleições municipais condiz à provável rejeição dos brasileiros aos exaustivos debates e encrencas causadas pela polarização direita e esquerda. A maioria dos prefeitos e vereadores eleitos vem de partidos do ‘centro’, demonstrando que o voto na pessoa torna mais importante do que ao partido ou correte política. Parece que o eleitor começa a enjoar do extremismo e busca caminhos mais democráticos. Os partidos terão que rever suas estratégias e suas candidaturas para as eleições de 2022.

O primeiro turno dessas eleições também sinalizou que a justificativa da ausência do voto foi opção para algo em torno de 30% dos eleitores em todos os municípios. Esse fenômeno precisa ser observado com atenção para saber se foram os efeitos da pandemia do novo coronavirus, ou se vem de um crescimento da rejeição do eleitorado com a política partidária. O índice de abstenção não pode ser ignorado.

Vem aí o segundo turno das eleições em 57 municípios. Os resultados somados com os do primeiro turno serão importantes para melhores reflexões sobre o comportamento do eleitorado brasileiro frente ao comportamento das correntes político-partidárias. Até 2022, o TSE terá que ajustar o novo sistema para transmissões de dados nas votações e apurações, e, os partidos terão que reformular suas estratégias para o convencimento dos eleitores.

O autor é jornalista

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