No Carnaval nem tudo pode

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Não tem nada de errado em querer curtir o carnaval, flertar e se divertir com os
amigos e família. Depois de anos de espera finalmente a festa está permitida sem as
restrições de isolamento da Covid. Acontece que até mesmo na folia temos que prezar
pela nossa segurança já que nesse período os casos de assédio e importunação sexual
aumentam.
Como a comemoração é esperada para extravasar os impulsos e traz a falsa sensação
de que no carnaval tudo pode é nela que ocorrem os maiores incidentes de casos de
assédio. Para quem não sabe o assédio é quando você se sente desconfortável com
alguma palavra, toque ou atitude.
Para tentar prevenir é recomendado seguir algumas dicas como andar em grupos com
amigos (as) que possam ajudar caso algo aconteça. Também vale combinar um sinal
com as amigas para comunicar alguma situação desconfortável. Jamais aceite bebidas
de estranhos e dê sempre preferência para lugares próximos a policiais e demais
profissionais da segurança. Caso algo aconteça denuncie o ocorrido para que nenhuma
outra mulher não passe pelo mesmo.
Em casos de dúvidas sobre importunação sexual esteja atenta ao seu desconforto, se
existe algum medo de uma violência, ou se está sendo obrigada a fazer algo.
Os homens também podem ajudar, denunciando e ajudando mulheres caso
presenciem estas situações. Além disso, eles devem sensibilizar os amigos e familiares
sobre o tema.
Durante a festividade a Prefeitura de Porto Velho, por meio da Secretaria Municipal de
Assistência Social e Família (Semasf) e parceiros, vai realizar a campanha "Não desvie o
olhar" para combater a exploração de crianças e adolescentes nos bloquinhos de rua
da Capital. Ou seja, mesmo na festa todo o cuidado é pouco.
De fato, são muitas as recomendações e entendo como é assustador sair para uma
festa nessas condições, mas não podemos esquecer que todas nós temos o direito de
curtir a folia. Vale lembrar que nossa cultura está sendo transformada e os blocos de
rua já estão adotando práticas conscientes para responsabilizar casos de assédios.
É importante ocupar lugares, vencer o receio e ficar atenta para não ajudar a
reproduzir comportamentos da cultura de estupro. No Carnaval nem tudo é liberado,
não podemos deixar que esses tipos de violências persistam em acabar com a nossa
festa, e as vezes até com a nossa vida. Viver é perigoso mesmo, mas é possível se
cuidar e também se divertir.

A autora é jornalista

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