Mapa da Fome: Norte e Nordeste são os mais impactos

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Foto: Divulgação

A insegurança alimentar segue como uma questão que atinge as regiões do Brasil de forma desigual. No Norte e no Nordeste, os números chegam, respectivamente, a 71,6% e 68% – são índices expressivamente maiores do que a média nacional de 58,7%. A fome fez parte do dia a dia de 25,7% das famílias na região Norte e de 21% no Nordeste. A média nacional é de aproximadamente 15%, e, do Sul, de 10%.

Os números fazem parte da 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. As estatísticas foram coletadas entre novembro de 2021 e abril de 2022, a partir da realização de entrevistas em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais de 577 municípios, distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal.

A Segurança Alimentar e a Insegurança Alimentar foram medidas, mais uma vez, pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), que também é utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com os estudos, são 14 milhões de novos brasileiros em situação de fome em pouco mais de um ano. A edição recente da pesquisa mostra que mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com a insegurança alimentar em algum grau – leve, moderado ou grave (fome). O país regrediu para um patamar equivalente ao da década de 1990.

Porto Velho tem mais de 7 mil pessoas passando forme

Ao discursar na abertura dos trabalhos no dia 15/2 na Assembleia Legislativa, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (União Brasil), comentou os números do mapa da fome. A declaração do prefeito ocorreu um dia após o Unicef apontar que entre 2018 e 2021, o contingente de crianças e adolescentes privados de renda familiar necessária para uma alimentação adequada passou de 9,8 milhões para 13,7 milhões, um aumento de quase 40%.

Abertura dos trabalhos aconteceu nesta quarta-feira na Assembleia Legislativa. Foto: Thiago Lorentz/ALE-RO

“Sete mil pessoas passam fome diariamente em Porto Velho. Talvez no interior do Estado não esteja com esse patamar. Como dormi sabendo que tem 7 mil pessoas sem comer?”, indagou Hildon Chaves, ao defender o fomento do desenvolvimento econômico. “Não adianta dar o peixe, tem que ensinar a pescar. Rondônia é um Estado pujante que cresce a cada dia”.

Segundo o Unicef, entre 2020 e 2021, os percentuais de privação também voltaram a subir tanto para negros e indígenas quanto para brancos e amarelos. “Como acontece em outras dimensões, o aumento, no entanto, foi maior para o primeiro grupo que passou de 19,7% para 31,2%, aprofundando ainda mais a desigualdade”, diz o estudo divulgado no dia 14/02.

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Fonte: Valor&MercadoRO

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