Solano Ferreira
A imagem do Brasil no exterior por causa das queimadas, incêndios florestais e derrubadas ilegais continua afetada e pelo visto longe de ser reparada. Durante a abertura da 75ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), a fala do presidente Jair Bolsonaro não conseguiu refletir a repercussão esperada. Na opinião da maioria dos especialistas, o conteúdo foi mais ideológico do técnico, e a realidade vista, registrada e repercutida em todo o mundo não atem como ocultar.
A Amazônia, o Cerrado e o Pantanal ardem em chamas e todos satélites conseguem registrar. Não abastando tem as incontáveis imagens feitas em terra de danos ainda incalculáveis. Uma dessas perdas está no ultimo santuário de onças-pintadas que perdeu mais de 85% da área natural. O local além de abrigar o maior felino da América do Sul era também importante fonte de negócios turísticos.
Os acidentes das queimadas rotineiras e as possíveis queimadas propositais, juntas, causam uma enorme mancha cinza. Em era de economia verde, o Brasil poderia aproveitar mais e melhor o potencial existente e traçar um modelo de ocupação do solo que possa aliar economia e meio ambiente. A sustentabilidade provocaria melhor reação favorável e estimularia um novo olhar para o tema no país.
Outro ponto a ser considerado que a imagem ambiental do Brasil no exterior não anda bem é que, na semana passada, o setor produtivo rural tomou a iniciativa de provocar discussões no sentido criar uma agenda nacional de desenvolvimento sustentável. Isso é necessário para que venda dos produtos brasileiros não sejam afetadas com as cinzas das queimadas incontroláveis e o marrom das derrubadas ilegais. Ajustar esse tipo de agenda fará bem ao meio ambiente e a economia.
O autor é jornalista