Rodovias federais de Rondônia registraram 1.118 acidentes com vítimas em 2022, diz estudo da CNT

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Uma Kombi e um Fiat Strada bateram de frente no trecho entre Candeias do Jamari e Itapuã do Oeste. Foto: Divulgação

As péssimas condições das rodovias federais em Rondônia, aliada a falta de sinalização e imprudência dos motoristas, resultaram em 1.377 acidentes em 2022. Os números fazem parte do estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgado no último dia 17.02. Eis a íntegra do estudo.

Desse total, foram 1.118 com vítimas (mortos ou feridos). O estudo revela que no período do acumulado de 2007 a 2022, foram 37.497 acidentes na malha rodoviária federal rondoniense, sendo 21.933 com vítimas – ocorreram, em média, 6 acidentes com vítimas a cada 10 km de rodovia no ano passado.

Foto: CNT

O custo anual estimado dos acidentes ocorridos em rodovias federais no Distrito Federal chega a R$ 12,92 bilhões, com despesas previdenciárias, hospitalares e perda de produção.  O valor estimado representa o dobro de investimentos do governo federal com a melhoria da infraestrutura da R$ 6,51 bilhões.

Custo estimado dos acidentes ocorridos nas rodovias federais – 2022

Tipo de Acidente Custo dos acidentes                     

Acidentes com mortes R$ 4.974.619.112,64
Acidentes com vítimas R$ 7.508.584.553,08
Acidentes sem vítimas R$ 434.257.205,22
Total    R$ 12.917.460.870,94

 

Um dos trechos mais críticos da rodovia federal está na região da Itapuã do Oeste. No dia 6 de junho de 2022, quatro pessoas morreram no trecho da BR em Itapuã.  A batida envolveu uma Kombi que levava funcionários para uma fazenda e uma pick-up, que tentou desviar de um buraco. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a maioria dos acidentes acontece de forma frontal.

Uma Kombi e um Fiat Strada bateram de frente no trecho entre Candeias do Jamari e Itapuã do Oeste. Foto: Divulgação

Governo vai investir R$ 18 bilhões em 2023

O governo federal reservou para este ano a importância de R$ 18 bilhões para investimentos em rodovias federais. Segundo o Fernanda Rezende, diretora do Confederação Nacional do Transporte, o valor não é o suficiente para cobrir o que toda a malha viária precisa para manutenção. “É um dinheiro que quando analisamos a série histórica não cobre o que toda a malha federal precisa para manutenção”, disse.

O engenheiro de transportes, Sérgio Ejzenberg, destaca que no período de 2010 até 2022, os investimentos em rodovias apresentaram uma redução drástica. “Ocorre que nesses últimos 22 anos a frota de veículos aumentou e o valor destinado para investimentos em rodovias reduziu”, explicou.

Trecho crítico da BR-364, na região de Jaci Paraná, que foi afetado pela cheia histórica do rio Madeira, em Porto Velho. Foto J. Gomes

Privatização

Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, a privatização é a alternativa para reduzir o número de acidentes nas rodovias federais. Segundo eles, em rodovias que existe menos, fluxos, por meio da Parcerias Público Privada é possível mudar o contrato.

Em 2020, o Ministério da Infraestrutura e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social – BNDES, contrataram o consórcio de empresas que irá realizar os serviços técnicos para a elaboração da desestatização de mais de cinco mil quilômetros de rodovias federais em todo o Brasil. Uma pequena parte do trecho está em Rondônia.

Texto: Marcelo Freire

Fonte: Redação Valor&MercadoRO

 

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