Ele lembra que essa tentativa de incluir térmicas em projetos do setor de energia não é nova e cita um exemplo que coloca por terra o argumento de que essa medida estimularia a interiorização do gás natural.
“Já tentaram fazer isso em Brasília que é um grande mercado consumidor e não deu certo porque não é atrativo do ponto de vista econômico. No Maranhão tem o caso da Eneva que paga tarifa de distribuição que é estadual por um tubinho de 800 metros que liga o poço às suas térmicas do complexo Parnaíba. E naquele estado não houve o desenvolvimento de um mercado de gás natural”, aponta ele, reforçando que obrigar a contratação não traz benefício como vem sendo afirmado.
Belmonte defendeu que a lógica da modicidade deve ser considerada antes de tudo e não um penduricalho legal. Pois isso mina a competitividade da indústria nacional.
A Abividro é uma das signatárias de um manifesto lançado por 39 entidades entre associações do setor elétrico, da indústria e federações estaduais que pedem atenção ao texto da MP 1031. Na carta aberta as entidades defendem que a desestatização contribua para reverter a tendência de aumento do custo da energia no país e aponte para aprovação do Projeto de Modernização do Setor de Energia Elétrica que tramita da Câmara dos Deputados, o PL 414/21.
As entidades afirmam que são contra a inserção de dispositivos que encareçam a energia no Brasil, seja pela obrigatoriedade de compra, pela inserção de subsídios a segmentos do setor elétrico, seja pela distribuição desigual dos benefícios entre todos os consumidores. E que entendem que as alterações aprovadas na Câmara tornam o projeto desequilibrado. “Nessas condições, é melhor reavaliar a capitalização da Eletrobras e pensar em alternativas menos danosas à sociedade”, diz o manifesto.
A entrevista do presidente executivo da Abividro, Lucien Belmonte, está disponível em nosso canal do YouTube, TV CanalEnergia onde você encontra todas as edições passadas do CanalEnergia Live e todas as nossas outras transmissões.
Fonte: Canal Energia