Governo precisa investir contra o apagão tecnológico nas escolas

Para as gerações atuais, o ensino híbrido servirá como transição, enquanto que para as novas gerações deve existir como realidade prática.

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SOLANO FERREIRA

O governo federal ainda não utilizou os R$ 220 milhões destinados para a conectividade nas escolas públicas do País para a realização do ensino híbrido, que é o ensino parte presencial e parte pela internet. A pandemia forçou a implantação do sistema, mas sem investimentos, os alunos e professores padecem com as aulas pela internet.

Apesar de ser uma novidade no Brasil e outros países, essa modalidade de ensino em países mais desenvolvidos segue como tendência. Nos países que dominam as tecnologias essa forma de ensino é irreversível, onde as crianças já estão sendo alfabetizadas em tablete, abolindo cadernos, papeis, lápis e canetas.

Se as novas gerações já nascem inseridas na tecnologia digital, significa que não faz sentido retardar a implantação da digitalização do ensino público e privado. Professores, pais e alunos precisam compreender que essa tendência veio para ficar e o quanto mais rápida for implantada, melhor será para o processo ensino-aprendizagem das novas gerações. Os governos federal, estaduais e municipais também precisam se abrir para essa realidade mundial.

Para as gerações atuais, o ensino híbrido servirá como transição, enquanto que para as novas gerações deve existir como realidade prática. Portanto, o programa Educação Conectada, do Ministério da Educação, precisa sair do papel e ser executado de imediato. A internet de qualidade nas escolas ainda é uma raridade sendo que ¼ das escolas públicas ainda não tem internet. Nas poucas escolas com a rede mundial instalada, a velocidade disponibilizada não atende à demanda dos sistemas e plataformas de ensino à distância.

O apagão de conectividade nas escolas públicas atinge 19.782 estabelecimentos de ensinos no País. O Congresso Nacional recorreu na Justiça para que o governo federal faça investimentos de R$ 3,5 bilhões previstos no Orçamento da União para essa finalidade.

O autor é jornalista e editor do Diário da Amazônia

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