A reabertura do comércio possibilitando as vendas no varejo, mesmo com restrição, diminuiu o impacto nas perdas acumuladas desde março deste ano, quando teve início a pandemia do novo coronavírus. Até o mês de junho passado, as perdas no comércio varejista acumulam nada menos que R$ 240 bilhões, uma fortuna que basicamente não terá recuperação a curto e médio prazos. Isso dará a previsão de retração de 9,2%, com base nos dados positivos da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), de maio.
Setores que sempre aqueceram o mercado varejista como tecidos, confecções e calçados somam juntos mais de 100,6% de crescimento a partir da reabertura do comércio. Apesar do salto, os valores vendidos ainda não refletem tão bem, já que o desespero e o medo forçam as vendas com preços menores. Pelo menos volta a girar a economia dando sinais de que muitas empresas podem manter suas atividades e, com isso, muitos empregos serão salvos.
Por falar em empregos, nesta semana o governo anunciou que o crédito de R$ 5 bilhões através do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento e Social), destinado para financiar folhas de pagamentos e capital de giro para micros, pequenas e médias empresas, ficará estendida até dezembro. De outro lado, o setor de comercio e serviços reclamou que tem dificuldade de acesso ao credito. As exigências e garantias tornaram impedimentos em época de incerteza e de retração.
Socorrer o varejo é fundamental para manter o ciclo econômico de pé. Sem consumo não há crescimento e as engrenagens da economia não se movem. A interdependência dos segmentos e setores precisam caminhar num mesmo ritmo para garantir o aquecimento na origem, na industrialização, no comércio e na arrecadação pública. Quebrando um desses ciclos é certo que comprometerá todos os outros resultados.