Vacinação lenta, badalação alta e controle duvidoso

Acontece que, quanto menos vacinação, menos vacina chegará ao estado. As remessas acompanham o retorno de imunização que cada estado promove em suas populações.

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SOLANO FERREIRA

As notícias para Rondônia não foram muito favoráveis nesta semana no que se refere ao combate à covid-19. O estado aparece no topo do ranking dos que menos aplicaram vacina na população. Isso preocupa porque, com a possibilidade de surgir a terceira onda da doença, a nossa população está entre as mais vulneráveis. Outro dado preocupante é que Rondônia aparece na liderança de mortos em percentual da população. Levando em conta o número de mortos por cada 100 mil habitantes temos a média de 321,58 casos/100 mil habitantes. Quanto aos casos de coronavírus no Brasil por 100 mil habitantes, Rondônia aparece em quinto lugar, indicando elevando índice de contaminação.

Acontece que, quanto menos vacinação, menos vacina chegará ao estado. As remessas acompanham o retorno de imunização que cada estado promove em suas populações. É necessário aprofundar e entender o que estaria provocando esse fenômeno. A responsabilidade de aplicar as vacinas compete aos municípios, através das secretarias municipais, mas isso não desobriga o Estado de cobrir agilidade para não comprometer a saúde e vida de nossa gente. Os números estatísticos da pandemia referem-se a vidas humanas que estão sendo contaminadas e perdidas. Resolver os problemas e proteger a todos muito interessa a cada cidadão.

Nesta semana, o Brasil atingiu 100 milhões de doses de vacinas. Como a população brasileira está estimada em 214 milhões de pessoas, e cada uma precisa tomar duas doses de vacina, significa que menos de 25% da população foi atendida. Porém, em alguns lugares, o índice de imunização é menor ainda. No caso de Rondônia, o estado fechou o mês de maio com menos de 15% de alcance da imunização.

As pessoas estão abaladas e assombradas, e uma possível terceira onda, elevará o pânico geral. Enquanto o mal avança, assistimos deformidades de gestões que não assumem suas responsabilidades. Enquanto isso, o circo é armado, ou melhor, os estádios são decorados para o show que deve dispersas as atenções. Nada pode encobrir as 465 mil mortes por Covid, inflação acumulada em 6,76 (abril), desemprego atingindo quase 15 milhões de trabalhadores e muitos outros dados assombrosos. A realidade do momento é vacinação lenta, badalações em alta com muitas coronafestas e o controle da pandemia deixando a desejar em todos os níveis de poder.

O autor é Editor-Chefe do Diário da Amazônia. Comunicador Social e Marketing/ Mestre em Geografia. Atua na Gestão Estratégica e Gerenciamento de Crise.

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