Os estados de Rondônia e Piauí seguem na liderança das piores taxas de saneamento básico no Brasil, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE. Apenas três Unidades da Federação (São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal) apresentam taxas superiores a 85% de domicílios atendidos pelo serviço de coleta de esgoto – respectivamente 93,2%, 87,5% e 86,6%, segundo a PNAD Contínua 2017.
Em 17 Estados (todos os da região Norte e sete estados da região Nordeste, à exceção de Pernambuco e Bahia), as taxas de domicílios atendidos com coleta de esgotamento sanitário por rede geral variaram de 9,9% (casos de Rondônia e Piauí) a 54,0%, no caso de Sergipe.
Uma característica da distribuição por municípios dos serviços de saneamento de água e esgoto é a diferença entre a quase universalização do serviço de abastecimento de água por rede geral em contraste com o déficit ainda persistente na coleta de esgoto. Enquanto 99,6% dos municípios tinham abastecimento de água por rede geral, apenas 60,3% faziam coleta de esgoto em 2017.
A reduzida abrangência da coleta de esgoto determina que o principal tipo de poluição ou contaminação identificada na captação de água doce tenha sido exatamente por esgoto sanitário. Uma das causas é a falta de investimento no setor de saneamento básico, o que compromete a qualidade da água distribuída e a eficiência da rede de distribuição, com prejuízos ao meio ambiente e à saúde pública. A Região Sudeste registrou a maior abrangência do serviço de esgotamento sanitário por rede coletora em 2017: apenas 3,5% dos municípios não tinham acesso à coleta de esgoto. Por outro lado, as maiores proporções de municípios sem rede coletora de esgoto estavam na Região Norte (83,8%) e Centro-Oeste (57,0%).
“Embora as regiões Norte e Centro-Oeste sejam as menos populosas do país, elas foram as únicas que apresentaram, no período entre 2010 e 2020, crescimento populacional relativo estimado acima da média nacional, de 11,0%, com taxas de 17,7% e 17,4%, respectivamente”, ressalta a geógrafa Daiane Ciriáco, indicando a necessidade de investimentos visando a atender à crescente demanda, considerando-se a tendência de crescimento populacional em ambas as regiões.
Fonte: Redação e IBGE