Rondônia avança no leilão do saneamento básico; fase de contribuições é encerrada

No último dia 19  de março foi aberto o período para envio de contribuições e sugestões da população e seguiu até o dia 17 de abril. 

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Porto Velho (RO) – Da redação. A primeira etapa para o início do processo preparatório para a concessão dos serviços de saneamento básico em Porto Velho e no interior do Estado foi finalizada ontem (17.04) após o fim do prazo da consulta pública tem por finalidade coletar contribuições da sociedade civil, órgãos públicos e demais interessados sobre os documentos que serão disponibilizados. A consulta pública teve como objetivo garantir transparência e participação social no processo de estruturação do projeto.

Uma audiência pública realizada no último dia 04 em Porto Velho serviu para tirar dúvidas de prefeitos, deputados e representantes da sociedade sobre a proposta de concessão dos serviços. Deputados estaduais tentaram convencer o governo do Estado a suspender a audiência pública.

Aprovado pela Assembleia Legislativa em 2023, o projeto de Lei Complementar nº 35/2023, estabelece a concessão da prestação regionalizada dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário da microrregião de água e esgoto do Estado.

Plenário da Assembleia Legislativa. Foto: Rafael Oliveira/Secom

Pelo projeto que o site Valor&MercadoRO teve acesso, fazem parte da microrregião os municípios de Porto Velho e Ji-Paraná. Para o município de Porto Velho, está prevista a continuidade das obras de ampliação e melhorias do sistema de abastecimento de água da cidade. Os investimentos somam mais de R$ 88 milhões.

Para a cidade de Ji-Paraná, consta no anexo do projeto de lei Complementar, a continuidade da Execução das Obras de Ampliação e Melhorias do Sistema de Abastecimento de Água da Cidade de Ji-Paraná. O projeto terá um investimento de mais de  R$ 22 milhões. A cidade também será contemplada com a Implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário, cuja obra terá custo de R$ 176 milhões.

Prefeitos não querem privatização

O prefeito de Porto Velho Léo Moraes (Podemos) adiantou, por meio de ofício, que não tem interesse e fazer parte da concessão. Além de Moras, os prefeitos Afonso Candido (PL-Ji-Paraná), Adailton Fúria (PSD-Cacoal), delegado Flori Cordeiro (Podemos-Vilhena), prefeito Lucas Nunes (PL-Primavera de Rondônia),  Ginão da Saude (PRTB-Nova Brasilândia) e prefeito Sérgio do Skinão (PL-Presidente Médici), disseram que não tem interesse de participar da concessão.

Funcionários da Caerd trabalham na recuperação de uma adutora no bairro da Zona Leste de Porto Velho. Foto Roni Carvalho/Diário da Amazônia

Na última semana, o prefeito Adailton Fúria gravou um vídeo alertado à população sobre os eventuais prejuízos que podem ser gerados para o município, com consequências à população do Estado. “A população vai sentir no bolso a fatura da concessão”, disse. Ele destacou a eficiência do Saae de Cacoal e argumentou que a inclusão em um bloco de concessão poderia prejudicar a população. “Temos um serviço público de qualidade, sem necessidade de privatização ou mudança no modelo atual”, declarou.

Entenda o caso

No último dia 19  de março foi aberto o período para envio de contribuições e sugestões da população e seguiu até o dia 17 de abril.

“A consulta pública tem por finalidade coletar contribuições da sociedade civil, órgãos públicos e demais interessados sobre os documentos que serão disponibilizados, visando garantir transparência e participação social no processo de estruturação do projeto”, disse  Avenilson Trindade, secretário geral da Microrregião de Águas e Esgoto de Rondônia.

 

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Texto: Marcelo Freire

 

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