O mercado brasileiro precisa ficar atento com a movimentação cambial mundial. O impacto da pandemia do novo coronavírus e outros acontecimentos vem abalando a estrutura do Real, moeda brasileira, que vem resistindo desde a criação em 27 de fevereiro de 1994. A inflação e a desvalorização da moeda pode ser mais um agravante para este ano de 2020, bastante afetado pelo isolamento social.
Em 1994, a equiparação do Real com o Dólar era um por um, e a resistência perdurou por quase três décadas. Esta semana começou com mais uma elevação do Dólar indicando crescimento da inflação no país. O mercado internacional faz ajustes para a recuperação econômica após a pandemia, e o Banco Central do Brasil fez corte na taxa Selic. Isso não foi não suficiente e o dólar comercial ultrapassou a barreira de R$ 5,30 e fechou a segunda-feira (3) sendo vendido a R$ 5,314, com alta de R$ 0,096 (+1,83%).
Tudo partiu dos Estados Unidos que amenizou os temores sobre a desaceleração no ritmo de retomada da economia, após uma sucessão de fracassos econômicos provocada pela pandemia do novo coronavírus. O estímulo norteamericano com a retomada econômica sem muita intervenção do governo provocou a elevação da cotação da moeda.
Ontem (4), uma explosão num porto em Beirute, capital do Líbano, fez disparar o preço do petróleo no mundo. Como o momento é delicado para a economia brasileira, o fato pode afetar ainda mais o momento econômico brasileiro que atravessa fase delicada com 100 milhões de endividados, R$ 1 trilhão de déficit público, 20 milhões de desempregados, 130 milhões de trabalhadores informais e dívida pública beirando 100% do PIB (Produto Interno Bruto). O governo brasileiro precisa ser criativo para encontrar meios de proteção da moeda e resguardar o futuro econômico do país.
O autor é jornalista