Resultados das urnas refletem a volta do centro

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Solano Ferreira

Os resultados das eleições 2020 vem mostrando um novo perfil do eleitor brasileiro. São vários elementos cognitivos que podemos discorrer, mas vamos fixar hoje na volta da corrente política de Centro. Está claro que o longo e desgastante debate de ‘direita e esquerda’ afundou e a maioria busca pessoas e não ideologias. Os partidos e as tendências políticas precisam se recompor e preparar uma nova base de lideranças emergentes que possam representar esse eleitorado de centro. Mais do que ideologias, o eleitorado tem demonstrado que o debate firmado em: o que fazer; como fazer; e por quê fazer. Quem partiu por esse caminho se deu bem nas eleições majoritárias.

A volta do é evite nos resultados do primeiro turno nas cem principais cidades do país. Partidos como DEM, PP , PSD e MDB foram os que mais conquistaram cadeiras de prefeitos. O PSDB também ressurge ocupando importantes cidades do país. Entre os resultados, o DEM cresceu 71% comparando este pleito municipal com o anterior. O MDB já tem 6 prefeitos em grandes centros e ainda terão mais 7 em disputa no segundo turno. O PSDB se destacou em grandes cidades ganhando 10 centros políticos importantes e disputarão outros 13 neste segundo turno. O Lulismo e o Bolsonarismo amargam derrotas demonstrando que afundaram na dualidade de direita e esquerda. A prova disso é o surgimento de uma nova esquerda firmada no PSOL e uma nova migração para os partidos de centro.

Os resultados das grandes cidades refletem nas menores. É uma questão de tempo e a maioria estará debandando no mesmo rumo. Estimam que atualmente o Brasil tenha uns 20% de extremistas de esquerda, outros 20% de extremistas de direita e um vasto eleitorado de 60% que não se interessa por ideologia extremista. Esses buscam pessoas e não partidos para governar. Independente de onde venha o candidato, o eleitorado mediano busca soluções ou pelo menos é nisso que acredita.

A derrota do extremista de direita Donald Trump para o moderado de centro Joe Biden gerou uma nova reflexão eleitoral que motiva outras democracias. Os eleitores que já tem problemas demais no dia a dia da vida não querem se esgotar muito mais em meio a embates ideológicos e utópicos. Isso vale como reflexão para que os partidos se readéquem e se voltem à formação de novas bases e novas lideranças. 

O autor é jornalista

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