Renda mínima não é favor de governo e sim programa social

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SOLANO FERREIRA

Para entender o que está acontecendo na política econômica do governo Bolsonaro basta observar o contexto do momento político que atravessamos. O programa Bolsa Família, muito criticado pelo bolsonarismo, se revela mais uma vez como determinante para o processo eleitoral. Como o referido programa tem a cara do ex-presidente Lula, para obter dividendos políticos o atual governo precisa dar uma cara nova, não bastando reajustar os valores. Se houver o reajuste, a situação é resolvida mais facilmente por ser um programa de governo já previsto em orçamento. Porém, para criar um novo programa será necessário constituir uma fonte financeira e não existe margem no momento.

Independente do nome a ser dado ao programa, se Bolsa Família ou se Auxílio Brasil, os governos brasileiros deveriam ver esse tipo de assistência como política de país contra a fome e a miséria. No entanto, a finalidade eleitoreira acaba sufocando a verdadeira importância. Para compreender melhor, a Renda Básica de Cidadania ou Rendimento de Cidadania, ou ainda Renda Básica Universal, é uma quantia paga em dinheiro a cada cidadão pertencente a uma nação ou região, com o objetivo de propiciar a todos a garantia de satisfação de suas necessidades básicas. Pode ser incondicional ou condicional.

Chamada também de Renda Mínima, essa assistência ajuda na distribuição econômica de forma que possa completar o ciclo da economia geral na nação. O dinheiro que sai do Orçamento da União para suprir as famílias em vulnerabilidades aquece a microeconomia, que por sua vez, interliga com a média economia, que por sua vez chega de volta a grande economia, completando assim, o ciclo econômico nacional sem quebrar a cadeia de valor.

É importante para o País ter um programa de Renda Básica Universal e qualquer discussão contrária leva o tema contra a economia geral. Acontece que no Brasil, o programa já surgiu com a finalidade eleitoreira estampada e isso sempre prejudica o bom desenvolvimento dessa política de assistência social. Independente de Lulismo ou Bolsonarismo, desde o Vale Gás e Vale Leite nas décadas de 1980 e 1990, o Brasil vem desenhando e aperfeiçoando a política de renda, e torcemos para que chegue ao modelo e valor ideal para evitar o risco alimentar, diminuir as doenças causadas pela desnutrição ou subnutrição, e para gerar a cadeia de valor.

O AUTOR É JORNALISTA E EDITOR-CHEFE DO DIÁRIO DA AMAZÔNIA

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