Quando se quer fazer as alterativas aparecem

A decisão do município de ser pró ativo e se antecipar a mais uma crise iminente no setor, é louvável porque, lembrando um dito popular, matou-se dois coelhos com uma cajadada

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SOLANO FERREIRA

Merece aplausos a iniciativa da Prefeitura de Porto Velho, que se antecipou a mais mas uma crise prestes a acontecer no transporte coletivo da capital, desta vez provocada pela pandemia do novo coronavírus. O medo da contaminação “afugentou” grande parte dos usuários do sistema.

A empresa JTP Transportes, que ganhou a concessão do serviço em licitação pública, tinha a perspectiva de transportar em torno de 60 mil passageiros/dia e estava conseguindo conduzir cerca de seis mil passageiros e deste total, pouco mais da metade (3,5 mil passageiros) eram pagantes.

Com a queda brusca na arrecadação, a empresa vinha acumulando prejuízo atrás de prejuízo, dificultando a operação das linhas, pois o que entrava no caixa era infinitamente inferior ao desembolso feito para manter a frota de ônibus rodando.

A decisão do município de ser pró ativo e se antecipar a mais uma crise iminente no setor, é louvável porque, lembrando um dito popular, matou-se dois coelhos com uma cajadada. 

Ao subsidiar as empresas e garantir transporte gratuito à população por pelo 30 dias, a prefeitura da capital consegue manter a JTP Transportes operando o sistema e com isso manter também os empregos dos trabalhadores que corriam o risco de serem demitidos, ao mesmo tempo que assegura transporte coletivo aos usuários, no momento mais grave da pandemia em Porto Velho.

A iniciativa, por outro lado, mostra também que toda dificuldade pode ser superada quando há vontade política dos gestores, em resolver os gargalos que aparecem no serviço público. Ficar acomodado só reclamando ou culpando os outros pela própria inércia, já está mais que provado que nunca será a saída.

As dificuldades surgem para serem resolvidas e fugir das soluções normais buscando outras alternativas mostra que o gestor não está preso as amarras que muitas vezes a administração pública impõem. Ou seja, quando se quer fazer, as alternativas sempre aparecem e não há nada que impeça a resolução do problema. Que a iniciativa sirva de exemplo.

O AUTOR É JORNALISTA

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