PSDB pode repetir erro de Ivo Cassol e sepultar grupo político nas eleições de 2020

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A decisão do prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), de adiar, por duas vezes seguidas, a coletiva na qual anunciaria sua desistência de concorrer à reeleição fez acender o sinal de alerta no reduto tucano, além de paralisar pelo menos 10 pretensos candidatos que sonham em subir as escadarias do Prédio do Relógio, sede do poder executivo municipal.

Lideranças não escondem um grande temor do PSDB cometer o mesmo erro praticado pelo ex-governador Ivo Cassol (PP) nas eleições de 2010. O ex-tucano, hoje no PP,  decidiu apoiar o vice-governador João Cahulla (PPS), abandonando o grupo político liderado pelo ex-senador Expedito Júnior (PSDB) e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Neodi Oliveira (PSDC).

Naquela, Ivo Cassol chegou a ser aconselhado, por diversas vezes, que o projeto de reeleição de Cahulla não avançaria e seria naufragado. Por outro lado, o grupo de Cassol foi avisado. A insistência de Cassol em torno da candidatura Cahulla estaria dinamitando um grupão liderado por ex-governador, Expedito Júnior e Neodi Oliveira.

Com fama de bom articulador político, Cahulla foi massacrado nas urnas pelo candidato Confúcio Moura (PMDB), em 2010.  A partir do resultado da eleição de segundo turno, o grupão liderado pelos maiores caciques políticos do PSDB, PSDC e PP não conseguiu subir no mesmo palanque. Resultado: o grupo ficou esfacelado e cada um procurou seu destino político. Tudo por conta da insistência de Cassol em apoiar a reeleição de Cahulla.

A possibilidade de desistência de Hildon Chaves, de disputar à reeleição, pode resultar no enfraquecimento do grupo político liderado pelo PSDB, DEM, PSD, Republicanos e Patriotas. Juntas, essas legendas saíram das eleições de 2018 fortalecidas em função do maior número de vagas na Assembleia Legislativa, Câmara Federal e Senado. Juntos, esses partidos contabilizaram 31,59% dos votos válidos do eleitorado rondoniense nas eleições de 2018.

Se a desistência de Hildon Chaves for consolidada de fato, o cenário muda completamente. Os articulistas políticos já analisam um cenário sem o tucano. Os partidos que saíram consagrado das eleições de 2018 já pensam em candidatura solo. PSDB lançaria Allan Queiroz, PSD apostaria Thiago Tezarri (com apoio de Hildon), Republicanos viria com Lindomar Garçom e PR com Luiz Cláudio. Hoje todos participam da administração Hildon Chaves.

Lindomar Garçom foi o primeiro a mostrar as asas, um dia antes de Hildon Chaves anunciar coletiva para oficializar sua desistência. Garçom sonha em ser prefeito de Porto Velho e estaria disposto até a aceitar o papel de vice-prefeito, em uma eventual candidatura de Hildon Chaves. Garçom foi obrigado a puxar o freio de mão e esperar a tão esperada coletiva de Hildon Chaves.

O cenário político muda também com a desistência de Leo Moraes, atualmente deputado federal, político em ascensão no cenário nacional. As pesquisas de intenções de votos já circulam nas ruas de Porto Velho e apresentam à população os seguintes nomes: Samuel Costa (PCdoB), Eyder Brasil (PSL); Ramon Cajuí (PT); Willians Pimentel (PMDB); Mauro Nazif (PSB); Breno Mendes (Avante)Tiago Tezzari (PSD); Vinicius Miguel (Cidadania); Ruy Mota (PDT); Pimenta de Rondônia (PSOL); Cristine Lopes (PP); Jaime Gazola (PV)  e Fabrício Jurado (DEM).

Caso desista mesmo da reeleição, Hildon Chaves entrega à população de Porto Velho importantes desafios de governo. Conseguiu quebrar o monopólio do transporte escolar nos distritos de Porto Velho, o novo complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, na capital e as principais ruas e avenidas de Porto Velho pavimentadas (o município recebeu o maior volume de recursos da bancada federal para a realização da obra).

Dentro de alguns dias, Hildon Chaves estará entregando à população a nova frota de ônibus de transporte coletivo, iluminação do Trevo do Roque, e deixará, para o próximo prefeito, o desafio do saneamento básico de Porto Velho, uma das maiores obras que o município já teve depois das usinas do Rio Madeira.

No momento, todo esse cenário é analisado pelo grupo político de Hildon Chaves. Foi por conta disso que o prefeito resolveu, por duas vezes, adiar o anúncio da desistência da reeleição. Enquanto isso, pelo menos 10 candidaturas ao Palácio do Relógio seguem paralisadas.

Fonte: valoremercadoro.com.br

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