Presidente reconhece que meio ambiente é moeda preciosa

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Solano Ferreira

No mesmo dia (2 de julho) em que o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, esteve em Porto Velho (Amazônia) para acompanhar o andamento da Operação Verde Brasil 2 (que atua contra a exploração ilegal de madeiras e contra as queimadas), o presidente Jair Bolsonaro esteve na reunião do Mercosul e, em seu discurso, falou das ações de defesa da Amazônia. A maior floreta tropical do mundo é assunto que ganha repercussão imediata diante de sua importância global.

O governo brasileiro está atuando para recuperar o desgaste mundial sofrido nos dois últimos anos. A agenda e política ambiental do governo Bolsonaro é considerada devastadora não apenas pelos ambientalistas, por outras personalidades e até chefes de estados. Num primeiro momento, Bolsonaro tentou impor suas regras próprias para a matéria, foi duramente criticado em todo o mundo, demitiu quem contestasse, resistiu na ideia, mas agora reconhece que o assunto tem alto valor não apenas para ambientalistas (como imaginava), mas para a economia como um todo.

A pressão internacional tem sentido. Nos dois anos do atual governo, o desmatamento cresceu não apenas na Amazônia, mas em todos os biomas brasileiros, inclusive Mata Atlântica e Cerrado. As queimadas e incêndios florestais foram vergonhosos no ano passado. A exploração ilegal de madeiras em terras indígenas e reservas florestais cresceu em grande escala. Por fim, a divulgação da reunião presidencial que culminou na queda do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, mostrou que de fato, a política ambiental defendida pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e não contestada por ninguém na reunião, condiz justamente com o que vinha causando o mal-estar internacional contra o Brasil: é devastadora é predatória.

Não serão apenas discursos e algumas operações que farão recuperar a credibilidade do Brasil com o mundo. O governo brasileiro precisa recompor o que foi perdido em capital florestal, economia e na reputação do país no exterior. Essa agenda é fundamental para a economia principalmente nesse momento de crise gerada pela pandemia. O país precisa exportar mais e receber mais capital externo para equilibrar a balança. Antes tarde do que nunca.

 

O autor é jornalista

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