A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (24) três operações. A primeira, Operação Mortos Vivos teve início no Maranhão, com o objetivo de apurar fraudes na concessão de benefícios sociais, como o Auxílio Brasil, Bolsa Família, Auxílio Gás, entre outros. Os benefícios são destinados a pessoas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CADÚNICO).
As investigações revelaram que indivíduos residentes no Estado do Pará — muitos dos quais já estavam falecidos à época do registro — foram indevidamente inseridos no CADÚNICO por servidores públicos municipais de São Luís/MA e São José de Ribamar/MA. Essas inserções irregulares possibilitaram o recebimento indevido dos benefícios, gerando prejuízos aos cofres públicos.
A Polícia Federal deflagrou também operação em Roraima, com o objetivo de desarticular grupos criminosos suspeitos de fraudar o Benefício Assistencial à Pessoa Idosa (BPC-Loas), destinado a venezuelanos em Roraima.
Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, atingindo oito investigados, incluindo sete escritórios de advocacia.
As investigações se originaram do desmembramento de informações da Operação Ataktos, deflagrada em 2024, e de denúncias sobre beneficiários que não residiriam no Brasil. Foi identificada a atuação de diversos grupos criminosos, organizados e independentes, que obtinham o benefício de forma fraudulenta.
Agenciadores cooptavam idosos venezuelanos ainda na Venezuela, falsificavam documentos e cadastros para garantir o acesso ao BPC-Loas. Após isso, muitos retornavam ao país de origem, mas continuavam recebendo o benefício irregularmente.
São Paulo – A Polícia Federal deflagrou, ainda, a Operação Obsidiana para desarticular uma organização criminosa que vendia “consultorias” e instruía clientes a compensar tributos com créditos tributários inexistentes (PER/Dcomp).
As investigações contaram com o apoio da Receita Federal, cujas auditorias apontaram que o esquema criminoso gerou prejuízo superior a R$ 450 milhões.
O grupo, estruturado em núcleos com funções definidas, teria criado uma fintech para movimentar o dinheiro e dificultar o rastreamento. Mais de 50 policiais federais cumprem 10 mandados de busca e apreensão em residências, escritórios dos investigados e na sede da fintech.
Os envolvidos poderão responder por estelionato majorado contra a União e por participação em organização criminosa.
Fonte: Redação Valor com informações da PF