Pandemia começa a mostrar o saldo do impacto social e econômico

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Solano Ferreira

Apesar do fiasco no PIB (Produto Interno Bruto) com projeção de queda de 5,77% neste ano, a população brasileira vem se reinventando para ter o rendimento mínimo necessário para a sobrevivência. Mesmo sem entender a dinâmica da economia, o povo vem fazendo o que é conveniente em busca de soluções próprias. Com essa retração, o mercado acredita que será necessário pelo menos uma década para recuperar o PIB perdido. Tempo demais para quem perdeu o emprego e muito tempo também para quem perdeu negócios na onda de falências e quebradeiras.

As pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) mostram que 10,1% dos trabalhadores ocupados estavam afastados durante a pandemia. A taxa de desemprego no país no mesmo primeiro trimestre ficou em 12,2%. Isso representa menor renda familiar e, por consequência, menor poder de consumo, que reflete em menores vendas, menor produção industrial e menor receita para estados e municípios.

Os dados que mais chamam a atenção no momento indicam que quase 41% da população ocupada ou subocupada do país é composta por trabalhadores informais. Apesar disso demonstrar que o brasileiro não está de braços cruzados esperando soluções, de outro lado representa entrave para o desenvolvimento econômico. O informal não tem estabilidade, não tem comprovações e não faz recolhimentos tributários. Essas pessoas existem, tem peso no custo país, e ficam invisíveis nos dados que representam a força motriz do desenvolvimento.

Esse número de 41% na informalidade é preocupante e precisa de solução imediata. Imagine o tamanho do problema quanto esse patamar da sociedade chegar na idade de aposentar sem ter recolhido? E esse não é o único problema entre tantos. Também não adianta apenas pensar numa taxação tributaria para essa camada que trabalha apenas para se alimentar, pois não terá como pagar impostos. O problema invisível aos olhos está nítido nos números das pesquisas e quanto mais tarde vier soluções, mais comprometedor será o peso na balança interna.

Renda mínima, créditos acessíveis e flexíveis, e recuperação de mercados são algumas das soluções que podem ajudar o ciclo econômico no momento, vislumbrando uma recuperação em menor tempo possível.

O autor é jornalista

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