O sinal de alerta está aceso na economia

25

SOLANO FERREIRA

O governo brasileiro nos últimos dois anos tem demonstrado inabilidade no trato de questões primordiais para o país como a política e a economia. Na primeira, o Brasil mergulhou em uma crise institucional com o embate entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário em uma luta nada salutar à nosso jovem democracia.

 Esse enfrentamento deixou exposto uma ferida que, tudo indica, vai custar a cicatrizar, enquanto um dos lados continuar tentando se impor sobre os demais, subjugando os outros poderes como se estes lhes devessem obediência. Essa queda de braço pode levar a uma distensão politica abrindo brecha para o radicalismo.

Na economia, vemos um país cambaleante, sem rumo, haja vista que em dois anos, nenhum esboço de plano econômico foi anunciado pelo governo que, para piorar a situação, foi pego no contrapé com a pandemia do novo coronavírus que já matou mais de 200 mil brasileiros. 

A falta de clareza tem também suas consequências. Sem sinal de recuperação econômica, o país cai em descrédito e os investimentos ficam cada vez mais raros. Em 2019, a saída de dólares do Brasil somou US$ 44,7 bilhões, o maior volume de recursos já retirados do país em 38 anos, segundo do relatório do pelo Banco Central. Para 2020, a perspectiva é de que esse número dobre.

Não bastasse isso, o próprio governo anunciou na segunda-feira (11) o fechamento de mais de 300 unidades da Caixa Econômica em todo o país e um plano para demitir mais de cinco mil funcionários do banco. Na segunda ainda, a Ford, uma gigante do setor automobilístico, anunciou o fechamento de suas últimas três unidades que mantinha funcionando no país. Calcula-se que outras cinco mil pessoas perderão o emprego com o desmonte da empresa. Essas são notícias nada boas para um início de ano e acende o sinal de alerta justamente no momento em que a pandemia se faz cada vez mais aguda por aqui.

 

  • O autor é jornalista
Deixe seu comentário