O desenvolvimento de Rondônia passa pela consolidação do Pólo Empresarial de Porto Velho

Criado em 1991, o Distrito Industrial de Porto Velho, é composto por 175 lotes destinados à plantas empresariais.

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Estenio Junior

Não há desenvolvimento  econômico sem empresas saudáveis e competitivas. Não existem empresas saudáveis e competitivas sem o apoio dos governos, mesmo que seja em manter posição distante do ambiente de negócios. Em economias extremamente regulada como a nossa isso não é possível. Mas, espera-se que, quando intervir, os governos o façam de maneira produtiva e estimuladora, cujo resultado seja a melhoria das normas burocráticas e de fomento a quem queira empreender.

A criação de Distritos Industriais nos estados e municipais é uma iniciativa do poder público com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico, a partir da atração de empresas para determinado território, em geral dotado de infraestrutura, acompanhado de estímulos tributários e fiscais. Esta combinação, mais a oferta de crédito são elementos suficientes para a atração de dezenas de empresas para o local – trazendo consigo centenas ou milhares de empregos.

As eventuais renúncias fiscais das quais os governos abrem mão são compensada pela elevação do dinamismo econômico, da geração de empregos, do aumento do consumo e, logo, do aumento de arrecadação de impostos. Portanto, não há que se falar em “perda de receita” para os cofres públicos.

Foi com este propósito que o Distrito Industrial de Porto Velho foi criado pelo governo do estado de Rondônia. Promover o desenvolvimento econômico, gerar empregos e oferecer espaços para quem quisesse empreender pudesse fazê-lo com vantagens comparativas em relação às empresas do mercado eram as expectativas governamental.

Criado em 1991, o Distrito Industrial de Porto Velho, é composto por 175 lotes destinados à plantas empresariais. Destes, apenas 19 foram ocupados até o momento. Localizado na margem direita da BR 364, a cerca de 17 quilômetros da Capital, o número de lotes ocupados dão a dimensão do pouco que o projeto avançou nos seus objetivos iniciais. E isto  tem explicação.

Além da falta de fiscalização  das áreas cedidas à pseudo empresários, que nunca investiram no lote e, pasmem!, ainda disputam a posse na justiça, um dos erros mais relevantes na implantação do Distrito foi o prazo de concessão das áreas. As empresa têm apenas 10 anos para operar no local e cuja renovação depende de nova autorização governamental. Ora, 10 anos é pouco tempo para uma empresa se consolidar, recuperar o capital investido e se programar para o futuro. Além disso, nesse período mais de um governo já teria se passado e as empresas têm que lidar com as vicissitudes e os humores do governo de plantão. É risco elevado demais para quem pensa no futuro.

Neste caso, a solução seria ampliar para 20 anos, sendo 10 anos iniciais, renovados por mais 10 anos, condicionados apenas à empresa estar em atividade, sem dividas junto ao Estado e gerando os empregos que se propôs quando da sua instalação.

Não há desenvolvimento econômico sem crédito, sem apoio financeiro. A ausência de linhas de créditos para quem quer empreender no Distrito Industrial de Porto Velho ainda persiste e é uma barreira para a sua expansão. As garantias exigidas pelos bancos ultrapassam em muito aquelas que as empresas podem oferecer – e estas não podem dispor do terreno para oferecer em garantia, uma vez que não têm a propriedade do mesmo. Este limite necessita ser superado. A criação de linha de crédito específica – o Programa de Desenvolvimento do Estado de Rondônia – PRODER parece ser uma solução possível.

O redimensionamento dos incentivos fiscais é outra necessidade urgente para que o Distrito avance. A ideia que incentivos fiscais para novas plantas empresariais é perda de receita aos cofres públicos é um equivoco. As empresas não existem no território, logo não há imposto a cobrar. Melhor trazê-las e começar a receber, mesmo que em parte, do que nada ter que recolher – e, pior, nem empregos  a serem gerados.

Além destes gargalos de natureza estrutural, o distrito padece de falta de asfalto, de energia elétrica adequada às atividades ali desenvolvidas, da ausência de linha de ônibus regular, de zeladoria e de um mínimo de segurança às unidades empresariais lá instaladas.

Tornar o espaço um lugar referência em desenvolvimento, em geração de empregos e de organização produtiva tem sido a luta que a Associação do Polo Empresarial de Porto Velho – APEP tem travado desde a sua fundação, no ano de 2016. A mudança do nome  de Distrito para Polo tem o objetivo de atrair empreendedores dos mais variados segmentos, incluindo startup´s tecnológicas, incubadoras de empresas, trade de logística e empresas de inovação e de serviços.

As margens da BR 364, o Polo Empresarial de Porto Velho tem localização privilegiada – e 19 destemidos empresários que, reunidos na APEP, acreditam que o desenvolvimento de Rondônia passa por aqui.

(*) José Estenio Nogueira Chagas Junior, empresário e presidente da APEP pelo segundo mandato, é natural de Fortaleza, CE. Reside em Porto Velho desde 1985. Cursou o ensino médio no Colégio Dom Bosco e é graduado em administração de empresas. Iniciou carreira empresarial vendendo alimentos nas ruas da cidade, logo adquirindo uma farmácia na Jatuarana. Vende a farmácia e após algumas experiências, inicia a produção do suco QUERO MAIS, em espaço cedido por seus pais. Em 2008, se muda para o Polo e dá continuidade à produção do suco QUERO MAIS, que é líder de mercado há 16 anos.

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