O desconhecido João Cahulla, o vice-governador e as eleições de 2026

97
O ex-governador João Cahulla. Foto: Secom

A primeira semana de maio de 2025 agitou o cenário político de Rondônia nas últimas 24 horas, com rumores sobre uma possível indicação do vice-governador Sérgio Gonçalves (União Progressista) para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado, a ser definida pela Assembleia Legislativa. A movimentação também incluiu a possibilidade de Alex Redano (Republicano) assumir o governo em 2026 e disputar a reeleição. A estratégia, segundo fontes, teria o aval da cúpula do União Progressista, liderada pelo governador Marcos Rocha, que planeja concorrer ao Senado em 2026.

O atual cenário político traz à tona a figura de Sérgio Gonçalves, empresário e vice-governador, que pode assumir o governo caso Marcos Rocha renuncie. Mas quem é Sérgio Gonçalves? Com trajetória no setor empresarial, ele se destacou nos primeiros anos de governo à frente da Secretaria de Indústria e Desenvolvimento Econômico (Sesdec), conquistando apoio do empresariado. Contudo, sua experiência política é limitada. Estreante na política, Gonçalves assumiu a vice-governadoria em 2022, após uma disputa acirrada, mas permanece pouco conhecido no interior do Estado.

Sérgio Gonçalves, vice-governador eleito, e o governador reeleito Marcos Rocha

O cenário atual remete a um passado recente na política rondoniense. Em 2010, João Cahulla, vice-governador na chapa de Ivo Cassol (hoje filiado ao mesmo partido de Rocha), assumiu o governo após a renúncia de Cassol, que disputou o Senado. Candidato à reeleição, Cahulla foi derrotado no segundo turno por Confúcio Moura (MDB), obtendo 41,34% dos votos contra 58,68% do adversário.

A falta de preparo político de Cahulla foi evidente nos debates, onde foi superado por Moura. Desconhecido por grande parte do eleitorado, ele não conseguiu consolidar sua candidatura.

O paralelo com Sérgio Gonçalves é inevitável. Assim como Cahulla, Gonçalves carece de projeção política e experiência eleitoral. Sua eventual candidatura ao governo em 2026, sem uma estratégia robusta, pode repetir o fracasso de Cahulla. Em 2010, analistas apontaram na época que o grupo de Cassol teria tido mais chances com Neodi Oliveira, ex-presidente da Assembleia Legislativa, como candidato ao governo.

Ontem, após especulações da mídia, Sérgio Gonçalves postou um vídeo nas redes sociais reafirmando que é candidato à reeleição em 2026.

Hoje, a escolha de Gonçalves como sucessor de Rocha levanta questionamentos sobre a viabilidade eleitoral do União Progressista. Com a palavra, o governador Marcos Rocha, cuja decisão será crucial para definir os rumos do grupo e evitar que a história de 2010 se repita em 2026.

Fonte: Valor&MercadoRO

Deixe seu comentário