O Custo Brasil é peso reverso na competitividade

O setor industrial é que mais sente o impacto no momento. O fechamento de fábricas é o reflexo da dificuldade de produzir aqui com custo competitivo.

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SOLANO FERREIRA

O debate sobre o Custo Brasil é importante nesse momento devido ao andamento dos projetos de reformas administrativa e tributária. Setores da economia querem reformas amplas e justas no sentido de garantir o crescimento econômico. Nada valerá se mudar as regras tributárias e o país continuar com o custo nas alturas. É preciso incrementar a máquina pública de forma que a torne mais leve e a gestão de estado menos pesada.

O Custo Brasil atrapalha o crescimento do país, influencia negativamente o ambiente de negócios, encarecem os preços dos produtos nacionais e custos de logística, comprometem investimentos e contribuem para uma excessiva carga tributária. A realidade é que, do cidadão comum ao setor produtivo, todos sofrem as consequências do Custo Brasil, que gera um sistema tributário complexo, com excesso de burocracia, enormes gargalos logísticos e uma insegurança jurídica que não impulsiona investimentos ao país.

O setor industrial é que mais sente o impacto no momento. O fechamento de fábricas é o reflexo da dificuldade de produzir aqui com custo competitivo. Produtos importados chegam com preços mais leves e tomam o espaço dos produtos nacionais. Um exemplo claro dessa condição é que as montadoras de veículos que fecharam fábricas no Brasil não desistiram do mercado do país. Tanto que estão colocando nos salões das concessionárias veículos importados das referidas marcas.

Assim também acontece com produtos de tecnologias, insumos, variedades, enfim, tudo que se produz no exterior chega por aqui com preços melhores. O setor industrial tem motivos reais para exigir essas reformas estruturantes do país. A indústria brasileira representa 20,4% do PIB, paga 33% dos impostos federais e 41% dos impostos estaduais. De outro lado, o chamado “Custo Brasil” consome R$ 1,5 trilhão das empresas brasileiras anualmente. Não dá para produzir e crescer num universo econômico como esse. As reformas são urgentes e necessárias de forma a contemplar todos os setores da economia e da produção.

O AUTOR É JORNALISTA

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