Norte de Rondônia será a região mais afetada pelas mudanças climáticas

Segundo o anuário, as altas temperaturas e ondas de calor poderão afetar as plantações, especialmente a de milho.

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Em 2014, Rondônia vivenciou uma das piores cheias já enfrentadas no rio Madeira. Foto: Revista Veja

O Norte do estado de Rondônia será a região mais afetada pelas mudanças climáticas, havendo previsões de aumento da malária, Leishmaniose dos tipos tegumentar americana e a visceral. O alerta é do Anuário Estadual de Mudanças Climáticas, lançado na última quinta-feira (07.02) em Brasília pelo Centro Brasil no Clima (CBC).

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Segundo o anuário, as altas temperaturas e ondas de calor poderão afetar as plantações,
especialmente a de milho. “É um dos estados com maior vulnerabilidade viária frente às mudanças climáticas, devido à precariedade das estradas e falta de recursos”, diz o documento no qual o site Valor&MercadoRO teve acesso.

Ontem (08.09), município sofreu com um forte volume de chuvas com 125 milímetros registrados em menos de 24 horas, o que corresponde a 42% do total esperado para o mês. O prefeito Léo Moraes (Podemos)  convocou uma reunião emergencial na sede da Secretaria Municipal de Obras (Semob) para avaliar os impactos e reforçar as medidas que estão sendo adotadas no enfrentamento dos alagamentos.

Vários bairros ficaram alagados durante chuva neste sábado em Porto Velho

A cidade  enfrentou alagamentos nas bacias dos canais do Tancredo e dos Tanques, afetando bairros como Três Marias, Lagoinha, Agenor de Carvalho, Nova Porto Velho, Tancredo Neves, JK, Escola de Polícia e Bairro Tiradentes.

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o volume de chuva em menos de 24 horas alcançou 125 milímetros, o que representa 42% do volume previsto para todo o mês de fevereiro.

SECA HISTÓRICA

Em 2014, o município de Porto Velho enfrentou um dos maiores desastres com a cheia histórica do rio Madeira, na capital do Estado. A enchente afetou mais de 542 mil pessoas,
trouxeram prejuízos públicos sobretudo no abastecimento de água, e prejuízos privados
sobretudo para a indústria.

Defesa Civil transporta medicamentos para famílias ribeirinhas no rio Madeira, em Porto Velho. Foto: Divulgação

Em 2024, após após 10 anos das enchentes, o município de Porto Velho sofreu impacto com secas históricas, afetando a produção hidrelétrica de Santo Antônio e Jirau. que tiveram que reduzir a capacidade de produção de energia elétrica no Estado. As duas usinas abastecem o sul do Brasil, além de Rondônia e Acre.

No ano passado, o município de Porto Velho sofreu grande impacto em relação as queimadas e ganhou destaque no noticiário nacional. De janeiro a novembro de 2024, o total de área queimada foi de 1.398.472 hectares, um aumento de 76% em relação ao mesmo período de 2023, conforme apontou o Monitor do Fogo.

Queimadas ocorrem com frequência na reserva Soldado da Borrachada: Foto MPRO

O QUE É O ANUÁRIO

O Anuário Estadual de Mudanças Climáticas reúne informações de todos os estados e surgiu em resposta à falta de conhecimento especializado sobre ações climáticas em nível subnacional. O objetivo é trazer informações e dados setoriais que ajudem
a entender como as Unidades Federativas estão atuando diante das mudanças climáticas. As políticas, planos e programas estaduais direcionam os esforços para contribuir
com a descarbonização e a mitigação dos impactos socioeconômicos e ambientais, através de investimentos em medidas de prevenção e adaptação locais.

O documento foi desenvolvido pelas equipes do Centro Brasil Pelo Clima (CBC) e do Instituto Clima e Sociedade (iCS) utilizando uma metodologia qualitativa, por meio de fontes secundárias e uma análise da literatura setorial, e quantitativa, com uso de dados extraídos a partir de bases de dados especializadas.

Fonte: Redação Valor&MercadoRO

 

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