Na contramão do planeta

Esses fatos provam que assim como no combate à Covid-19, nas questões ambientais também estamos na contramão do planeta.

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SOLANO FERREIRA

Encerra nesta sexta-feira (23), a Cúpula de Líderes sobre o Clima realizada para discutir estratégias a serem usadas no combate às mudanças climáticas mundial, um evento organizado pelo governo dos Estados Unidos.

Os anfitriões, já na abertura, ontem, deixaram claro que o país passa a adotar uma política mais voltadas as questões ambientais no governo Joe Biden, ao contrário de Trump, que com o discurso de manter o status quo americano, desmontou os acordos assinados pelo seu antecessor, Barak Obama, chegando a tirar o país do Protocolo de Kyoto.

O protocolo é um tratado internacional assinado na cidade japonese em 1997, com a finalidade de alertar para o aumento do efeito estufa e do aquecimento global caracterizado, em grande parte, pelo volume de gases lançados na atmosfera, como o dióxido de carbono (CO2).

Na mensagem, a vice-presidente americana, Kamala Harris, defendeu o alinhamento do desenvolvimento econômico e a geração de empregos com a adoção de políticas de transferência das fontes de energia para bases produtivas limpas e renováveis na produção industrial. Essa nova estratégia foi reforçada pelo presidente Biden, que anunciou a redução das emissões de gás carbono em 50% nos Estados Unidos até o final desta década.

Conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental e o que a humanidade passou a buscar depois de séculos de destruição que resultou na extinção de várias espécies e até na mudança do clima, visto como o principal perigo vivido hoje.

Mas resolver essa equação para se buscar o equilíbrio desejado, não tem sido uma tarefa fácil, haja vista os interesses que estão em jogo. E o Brasil está no centro dessa discussão pois aqui, assim como no governo Trump, o presidente Bolsonaro tem recebido muitas críticas — até de aliados — pela desastrosa gestão ambiental.

Nesta semana, os servidores do Ibama divulgaram um documento denunciando o desmonte do órgão com a adoção de medidas que para a categoria foram baixadas para prejudicar o trabalho de fiscalização. O próprio ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi visto agindo a favor de madeireiros e condenando o Ibama por estar cumprindo a sua função, que é a preservação do meio ambiente. Esses fatos provam que assim como no combate à Covid-19, nas questões ambientais também estamos na contramão do planeta.

O AUTOR É JORNALISTA

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