Mortes, conflitos e desaparecimentos na Amazônia ocorreram com frequência em 2013

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Moradores atearam fogo na unidade da Funai, em Humaitá

Conflitos, desaparecimentos e cobrança de pedágios na Amazônia ocorrem desde 2013, segundo apurou o site Valor&MercadoRO.  No dia 13 de dezembro daquele ano, o professor Stef Pinheiro de Sousa, 43, o comerciante Luciano Ferreira Freire, 30, e o funcionário da Eletrobras Amazonas Energia Aldeney Ribeiro Salvador, 40, desapareceram na região do Amazonas, em uma região povoada pelos índios Tenharim, na Transamazônica, região de Humaitá (AM). Eles foram assassinados por índios.

General Costa Villas Boas (e) coordenou a missão em busca dos desaparecidos na Amazônia, em 2014
Revoltados pelas mortes, parentes das vítimas decidiram agir com as próprias mãos. Eles atearam fogo no prédio da Funai, em Humaitá, queimaram o barco que era utilizado na assistência aos povos indígenas e vários veículos foram incendiados. Um prejuízo de quase R$ 5 milhões.
O desaparecimento revelou um grande esquema, até então, desconhecido da sociedade: a cobrança de pedágio na rodovia Transamazônica. Segundo o Ministério Público Federal (MPF)  “desde a construção da Transamazônica, em 1972, não foi criada nenhuma alternativa para minimizar os impactos sobre a Terra Indígena Tenharim Marmelos. Assim, os indígenas, por iniciativa própria, passaram a aplicar a cobrança de pedágio, a título de compensação socioambiental e como alternativa para custear ações que beneficiem aquele povo”.
Cobrança de pedágio em 2014 e mais mortes na BR-174
Em 2014 a cobrança de pedágio na região da Amazônia era uma prática comum em rodovias federais na região Norte do País e a exploração ilegal de áreas de preservação. O caso mais recente dessa prática resultou em duas mortes na região de Vilhena em 2014, no sul de Rondônia. Os vendedores Gerson Moreira de Souza, 24, e Marciano Cardoso, 25, tentaram furar um bloqueio na BR-174 formado por índios da etnia Enawenê-nawê e acabaram sendo capturados. Os corpos foram achados pela Polícia Federal.
Mortes de três pessoas na Transamazônica ganhou repercussão em 2013
Moradores atearam fogo na unidade da Funai, em Humaitá
O desaparecimento de três pessoas no Amazonas em 2013 ganhou repercussão nacional. Índios Tenharim foram presos acusados de matar três pessoas dentro da terra indígena Tenharim, na BR-230, a Transamazônica, na região do Humaitá.
As três vítimas assassinadas a tiros dentro da reserva indígena Tenharim foram o professor Stef Pinheiro de Sousa, 43, o comerciante Luciano Ferreira Freire, 30, e o funcionário da Eletrobras Amazonas Energia Aldeney Ribeiro Salvador, 40.
O resultado dessa matança gerou na distribuição da sede da Funai em Humaitá (AM), queima de veículos e barcos utilizados no transporte de alimentos a essas comunidades. Um prejuízo de mais de R$ 3 milhões aos cofres da União.
As investigações em poder da Polícia Federal na época apontaram que eles foram sequestrados e desapareceram no dia 16 de dezembro de 2013 quando faziam viagem de carro pelo trecho da rodovia BR-230 que corta a reserva Tenharim e onde os indígenas cobram pedágio.
A prática da cobrança de pedágio gerou conflitos entre índios e comunidade e mostraram a  necessidade da presença maior do governo nessas regiões esquecidas da Amazônia. Um exemplo claro do descaso com os povos indígenas acontece também na reserva indígena Cinta-Larga, em Espigão do Oeste (RO). O local se tornou fonte de economia para os índios que coordenavam até recentemente operação de extração ilegal de diamantes.
O Ministério Público Federal (MPF) tem sido um forte defensor dessas comunidades e cobrado da União ações para melhorar a vida indígena. Muitos estão em situação de total abandono e morrendo por enfermidades e os índios se tornam alvo fácil de garimpeiros e madeireiros em regiões onde o poder público não estava presente.
Da Redação Valor&Mercado
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