Medidas atrasadas e sem alvo não salvam a economia

Outro ponto que assusta o mercado é a diferença entre a taxa Selic com redução de 4,50 pontos percentuais, e a disparidade dos juros com elevação média de 8,74 pontos percentuais.

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SOLANO FERREIRA

As medidas tomadas pelo governo federal neste início de 2021 não foram assertivas como necessitava a economia brasileira para a retomada do crescimento. As taxas de juros estão elevadíssimas e o endividamento continua ocorrendo tanto para pessoas físicas no patamar de 96,71% ao ano como para pessoas jurídicas 43,74% ao ano. Esses percentuais acumulados deixam os seguimentos apreensivos e refletem no PIB (Produto Interno Bruto) que está com projeção de estagnação.

Outro ponto que assusta o mercado é a diferença entre a taxa Selic com redução de 4,50 pontos percentuais, e a disparidade dos juros com elevação média de 8,74 pontos percentuais. A taxa Selic serve como referência pelo Banco Central para operações financeiras. O reflexo disso está nas elevações dos juros para créditos, inclusive para pessoas jurídicas que acumulou em março 43,58% ao ano.

Para a pessoa física, a facilidade do cartão de credito tem sido a forma rápida de obter mais recursos, porém, as taxas de juros nessa modalidade passam de300% ao ano, podendo chegar 875%, conforme prevê a Agência Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).Essa estrangulamento do mercado com os juros elevados podem causar mais falências e desempregos no decorrer deste ano de 2021.

O governo demorou para tomar decisões e quanto fez não conseguiu amenizar o impacto como esperava. As Medidas Provisórias que reduzem salários e jornadas de trabalho tiveram, até o momento, adesão de apenas 50% da demanda necessária. Outros dados continuam subindo a cada mês. A exemplo, o desemprego que já aproxima de 15 milhões de brasileiros, e o número de desalentados já passa de 6 milhões. Esse contingente acaba migrando para a informalidade que outro gargalho que precisa de solução. Enfim, nos resta torcer par que medidas corretas sejam tomadas dentro do tempo para evitar recessão mais ampla e demorada. Medidas atrasadas e sem alvo não salvam a economia. Enquanto isso, a menor alternativa é evitar endividamento, se for possível.

O AUTOR É JORNALISTA

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