
O governador Marcos Rocha (União Brasil) denunciou nesta segunda-feira (24.03) pressão de “terceiros” em cima de donos de hospitais privados para o Estado adquirir um novo hospital de urgência e emergência para Porto Velho pelo preço de R$ 100 milhões, valor bem superior ao pesquisado por uma comissão técnica do governo. O discurso do governador foi durante sessão solene na Assembleia Legislativa, ocasião em que recebeu o título de cidadão do Estado de Rondônia. Eis a íntegra da sessão.
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“Prefiro iniciar a construção de um novo hospital para o próximo governador entregar. Sei que quando chegar a período das eleições vão cobrar o novo hospital. Prefiro perder a eleição, mas sabendo que não teve nenhum tipo de gente desonesta ganhando dinheiro da população que estava sonhando com esse hospital em Porto Velho”, disse Marcos Rocha.
O valor da compra da unidade de saúde seria de R$ 65 milhões e uma equipe técnica do governo deu início a um Estudo Técnico Preliminar (ETP) para aquisição da unidade de saúde em substituição ao João Paulo II. “Tem algo errado nesse negócio. O valor foi pesquisado e confirmado depois pelos empresários foi R$ 65 milhões. Sei que os proprietários dos hospitais são pessoas do bem, mas eles podem estar sendo pressionados por terceiros. Não vou dar dinheiro público para gente desonesta. Sejamos honesto. Ninguém é obrigado a fazer coisa errada. Não aceito isso”, afirmou o governandor.
Secretário explicou na Assembleia processo de compra
A decisão do governo do Estado em comprar um novo hospital acontece após a empresa responsável pela construção do Heuro enfrentar dificuldades para manter a obra em andamento. Diante desse cenário, o governo de Rondônia optou por seguir com a aquisição de um hospital já em funcionamento, garantindo uma solução mais ágil para ampliar o acesso da população aos serviços de urgência e emergência.
Convidado no último dia 11 para prestar esclarecimentos à Comissão de Saúde na Assembleia Legislativa, o secretário de Saúde, Jefferson Ribeiro da Rocha, falou da proposta de aquisição da nova unidade de saúde e explicou o andamento dos estudos. “O Hospital 9 de julho, Hospital das Clínicas e Prontocords, têm estrutura que se adequam a a estrutura do João Paulo”, afirmou o secretário, acrescentando qualquer uma das unidades de saúde cumpririam essa missão.
De acordo com o secretário, o João Paulo II conta com 120 leitos e a maioria dos pacientes é de Porto Velho. “O Hospital João Paulo tem 35 anos e não suporta mais a demanda do Estado”, afirmou. O projeto do Heuro, na primeira etapa era 120 leitos em substituição ao João Paulo.
Fonte: Redação Valor&MercadoRO