Jovem indígena de Rondônia é a única brasileira a discursar na abertura da COP26

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Txai criticou “mentiras vazias e promessas falsas” dos governos para enfrentar a mudança do clima

Um dos destaques da abertura da COP26 foi a participação da jovem indígena Txai Suruí. Ela foi a única brasileira a discursar na sessão inaugural da Conferência, já que o presidente Jair Bolsonaro preferiu não participar do evento em Glasgow.

No discurso, Txai criticou “mentiras vazias e promessas falsas” dos governos para enfrentar a mudança do clima e, sem citar diretamente o governo brasileiro, pediu mais espaço aos Povos Indígenas no processo decisório oficial dos países e da ONU.

“O clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo e nossas plantações não florescem como no passado. A Terra está falando: ela nos diz que não temos mais tempo”, disse Txai. “Precisamos de outro caminho, com coragem e mudanças globais. Não em 2030, 2050, mas agora”.

Fundadora do Movimento da Juventude Indígena em Rondônia, Txai defendeu também proteção contra a violência e a exploração. “Os Povos Indígenas estão na linha de frente da emergência climática. E devemos estar no centro das decisões tomadas aqui”.

“A voz do presidente Bolsonaro não foi ouvida, ainda bem, mas tivemos a voz de Txai Suruí”, comentou Míriam Leitão no Bom Dia Brasil (TV Globo). “Ela nos enche de orgulho”. EstadãoFolha e O Globo também destacaram sua participação na abertura da COP26.

Em tempo: Na Folha, Gustavo Viana contou a jornada de um grupo de 16 jovens brasileiros até a COP26 em Glasgow. Membros do movimento Fridays for Future Brasil, eles conseguiram viabilizar sua ida à Escócia e querem aproveitar a oportunidade para colocar a juventude brasileira no debate internacional sobre a crise climática.

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