Extrema pobreza e fome sempre andam juntas

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SOLANO FERREIRA 

Em apenas dois anos (2019/2021), 2 milhões de famílias brasileiras foram forçadas a viver na extrema pobreza. Isso significa um aumento mês a mês de mais pessoas vivendo na miséria. São famílias que, por causa da pandemia do novo coronavírus, de uma hora para a outra se viram sem renda, sem ter como prover o próprio sustento.

Essa triste realidade está estampada no Cadastro Único, o CadUnico do governo federal, que mantém a relação das famílias que recebem assistência estatal, por meio de programas de transferência de renda como o Bolsa Família, hoje Auxílio Brasil.m apenas dois anos (2019/2021), 2 milhões de famílias brasileiras foram forçadas a viver na extrema pobreza. Isso significa um aumento mês a mês de mais pessoas vivendo na miséria. São famílias que, por causa da pandemia do novo coronavírus, de uma hora para a outra se viram sem renda, sem ter como prover o próprio sustento.

Em 2018, no final do governo de Michel Temer (MDB), o contingente de famílias vivendo na extrema pobreza era de 12,7 milhões. Nos anos seguintes, já sob a presidência de Jair Bolsonaro, o número saltou para 14,7 milhões em junho desde ano. São mais brasileiros passando fome, porque extrema pobreza e fome são irmãs siamesas.

A mais alarmante é que, desde quando o levantamento começou a ser feito pelo Ministério da Cidadania, em agosto de 2012,   esse é o maior número de famílias na miséria no país e já representa mais de 40 milhões de pessoas. Há ainda as 2,8 milhões de pessoas na pobreza (renda per capita de R$ 90 a R$ 178 mensais).

Especialista apontam uma combinação cruel para justificar esses números: a volta da inflação, que corrói cada vez mais o poder aquisitivo dos mais pobres e a alta do desemprego. Só de desempregados. já são quase 15 milhões de trabalhadores.

Para piorar a situação, o país vive hoje uma inércia administrativa por parte do governo federal, que até hoje não apresentou uma plano econômico capaz de colocar o país nos trilhos do desenvolvimentos. A política econômica do governo está reduzida ao auxílio emergencial e a liberação do FGTS, que estão mais para ação social do que econômica.

Diante de todo esse flagelo humano, o que se espera do governo é uma ação urgente para viabilizar a economia, a fim de que esse abismo social entre pobres e ricos não seja tão profundo e a extrema pobreza seja erradicada no país. O Brasil precisa de ação, não de discursos inflamados que deixa o mercado desconfiado e afugenta o capital estrangeiro do país.

O AUTOR É JORNALISTA E EDITOR-CHEFE DO DIÁRIO DA AMAZÔNIA

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