Entre o direito e o dever de tomar a vacina

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Solano Ferreira

O Brasil vem mostrando um descontrole do início ao fim da pandemia do novo coronavirus. A politização da doença tem levado muitos brasileiros aos túmulos, e as inconsequentes picuinhas politicas tem se multiplicado tanto quanto o vírus. E o pior, além de se multiplicar, as picuínhas tem sido tão mutantes quanto o novo coronavirus. Difícil suportar tantos falatórios perversos e tolos sobre uma questão de saúde mundial. Uma verdadeira demonstração de alienação para uns; ignorância de conhecimentos para outros.

Vamos lá. Por ser uma pandemia (disseminação mundial de uma nova doença), todos os governos têm o dever e a obrigação de proteger seus povos. O dicionário define ‘proteger’ como: defender; afastar algo ou alguém do perigo; abrigar-se do mal; ficar escondido para se salvar: protegeu o cão; protegia o filho das doenças; protegeu-se da tempestade debaixo da árvore. Assim, cabe aos governos, numa hierarquia de cima para baixo, o empenho e o comprometimento para minimizar os impactos e encontrar urgentes soluções. No Brasil caminho no inverso. O bate-boca e o bate-cabeça dos governantes pouco têm demonstrado interesse na proteção da coletividade.

O resultado de tantas disputas políticas sobre uma pandemia tem sido um povo perdido que subestima os riscos e continua se contaminando. Os exorbitantes números de contaminados e de mortos que apavoram o mundo já não causam mais espanto entre os brasileiros que vem o problema como um jogo de sorte ou azar. É como se houvesse ganhadores e perdedores, sendo que na pandemia todos estão perdendo e não percebem.

A última angústia tem sido o tolo debate de vacinar ou não vacinar. É como se o indivíduo leigo tivesse a capacidade de discernir se é alto-imune ou não; se está em risco ou não; se oferece risco a outros ou não. Por se tratar de uma pandemia de um vírus altamente contagioso, o mínimo esperado é que os governos exigissem e orientassem com sóbria lucidez para que a população tome a vacina. Por ser uma pandemia, a vacina deveria ser gratuita e para todos.

O AUTOR É JORNALISTA

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