Instituições que antes previam alta de 3,5% para estes itens esperam aumento de 4,5% a 7,5% no ano nos alimentos que fazem parte da cesta de compras das famílias.
Trata-se de aumento superior ao da inflação geral, que deve encerrar o ano em torno de 3,96%, segundo o Boletim Focus. Com isso, arroz, legumes, verduras e frutas não devem ceder significativamente no segundo semestre. E até carnes e leite, que ficaram mais baratos nos últimos 12 meses, podem voltar a subir.
Para economistas, a perspectiva de preços de alimentos mais altos é um risco adicional no radar do Banco Central. A autoridade monetária, que calibra os juros na tentativa de controlar a inflação, já interrompeu o ciclo de queda da Selic na quinta-feira diante da escalada da moeda americana e riscos fiscais crescentes.
— O BC não reage aos choques primários, mas se ele estiver vendo que o preço de alimentação pode contaminar outros preços, aí entra a política monetária. Por isso, a alimentação é um risco adicional nesse cenário, já que a inflação geral pode ser maior e isso pode contaminar expectativas da inflação em 2025 — resume Alessandra Ribeiro, economista da Tendências.
Fonte: Terra Brasil Notícias