Comer ficará mais caro com nova tarifa de energia

O maior assombro é com a bandeira vermelha patamar 2, adotada no mês de junho a R$ 6,24 por 100 kWh consumidos, e vai custar R$ 9,49 em julho.

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SOLANO FERREIRA

A semana que passou foi impactada com o anúncio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que autorizou a cobrança de novas tarifas de energia elétrica para evitar o colapso energético, em virtude da crise hídrica nacional, considerada a pior desde 1932. Os lagos devem secar além do necessário para girar as turbinas nas principais usinas hidrelétricas do País. O maior assombro é com a bandeira vermelha patamar 2, adotada no mês de junho a R$ 6,24 por 100 kWh consumidos, e vai custar R$ 9,49 em julho. 

A iniciativa foi a alternativa encontrada para brecar o consumo e estabilizar a capacidade geradora de energia. Anteriormente, em situações semelhantes, ao invés de jogar as tarifas nas alturas, a solução era o horário de Verão que provocava a redução de consumo sem alterar a rotina produtiva do País. Dessa vez, a conta ficará com o cidadão que pagará não apenas na fatura da conta de energia elétrica de casa, mas também numa possível alta de preços em tudo o que comprar.

Um dos impactos previstos está no preço de alimentos. Como quase tudo que se compra passa por processo industrial, a conta final de compras do mês ficará maior devido ao repasse embutido nos preços. O economista-chefe da Neo Investimentos, Luciano Sobral, explicou que, como as tarifas de energia elétrica têm peso considerável (4,2%) no Índice Nacional de Preços ao Consumidor​ Amplo (IPCA), a inflação deve aumentar ainda mais, o que pode ser um freio para a recuperação econômica.

Enfim, será possível apagar as luzes, desligar a televisão, não fazer uso de alguns eletrodomésticos e eletroeletrônicos, porém, essa diferença provavelmente não compensará a elevação na conta de luz e nas compras em supermercados. Tudo indica que comer ficará mais caro.

O autor é  Editor-Chefe do Diário da Amazônia. Comunicador Social e Marketing/ Mestre em Geografia. Atua na Gestão Estratégica e Gerenciamento de Crise.

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