Até quando vamos agir como nossos inimigos?

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SOLANO FERREIRA

 

Todos os indicadores dos órgãos oficiais responsáveis pelo monitoramento e divulgação dos casos de contágios pelo novo coronavírus e os registros da Civid-19 em Rondônia, apontam em uma direção só: a pandemia tem se alastrado de forma assustadora pelo estado desde o final do ano passado.

Por conta dessa questão, as autoridades sanitárias e os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, em Rondônia (Fiocruz/RO), há uma semana chamam atenção da população para evitar aglomerações e que cumpram a risca as medidas restritivas para evitar a contaminação. Esta segunda onda, afirmam, é mais violenta que a primeira (e os números estão aí para comprovar isso).

E vão além ao afirmarem que, o avanço da doença que já ceifou a vida de 2.509 pessoas aqui no estado, ocorre por que há ainda muita gente circulado por aí como se não estivesse acontecendo nada. Esses indivíduos ao fazerem isso, levam com eles o vírus também, e assim vão que vai contaminar mais pessoas.

O fato preocupante agora (antes já era, porém, ficou mais preocupante ainda) é que houve um aumento significativo da variante P.1, linhagem B1.1.28, em Manaus (AM), a mesma que é apontada como sendo responsável por 52,2% dos casos detectados de SARS-CoV-2, em dezembro e de 85,4% em janeiro deste ano, levando o sistema de saúde do estado ao colapso total. E por aqui, ainda há três variante do novo coronavírus circulando.

Com essas informações todas, era de se esperar que os cuidados para não se contaminar e nem infectar os outros seriam redobrados, mas não é o que acontece quando se ver tanta gente nas ruas, tantas festas clandestinas, tantas aglomerações num momento tão crítico da doença.

Será que deliberadamente estamos querendo viver aqui o caos de Manaus? Será que estamos queremos debochar do sofrimento das mais de 2,50 mil famílias enlutadas? Quando vamos nos conscientizar que estamos em plena guerra com um vírus. E o inimigo só está ganhando as batalhas porque estamos entregando nossas vidas de bandeja a ele, toda vez que relaxamos nas medidas restritivas. Até quando vamos agir como nossos próprios inimigos?

O autor é jornalista e editor-chefe no Diário da Amazônia


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