SOLANO FERREIRA
A divulgação do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) que registrou inflação de 1,58% em abril deste ano, trouxe outra informação preocupante. O indicador tem resultado acumulado com taxas de inflação de 9,16% no ano nos primeiros meses de 2021 e, de 31,74%, em 12 meses. Acontece que é a partir desses números que vem outros indicadores, como as taxas de juros, que também estão apavorantes.
Apesar do IGP-10 ter apresentado acentuada queda de março para abril deste ano, isso ainda não anima o mercado. Quase todos os setores econômicos apresentaram altas e demonstram que teremos um ano difícil, inclusive com o endividamento crescente, principalmente nas famílias de renda baixa.
Com o crescimento da inflação e elevação do endividamento, o reflexo será na queda do consumo e isso afetará o setor industrial que terá menor saída de produtos. Além do setor automotivo que neste ano foi marcado com o fechamento de fábricas, outros setores podem seguir a tendência de fechamentos de linhas de produção.
Toda essa dinâmica afeta outro indicador, que é o do desemprego. Os últimos dados indicam mais de 14 milhões de brasileiros sem trabalho com carteira assinada. A economia assinala que não vai bem e precisa de medidas estruturantes. Enquanto isso, o povo brasileiro vai se virando na informalidade que cresce mensalmente. O surgimento de mais MEIs (empresas em sistema de Microempreendedor Individual) é uma demonstração de que para se livrar do desemprego e crise, o brasileiro vem criando alternativa de renda legalizando o tradicional ‘bico’, o que não representa crescimento econômico.
O AUTOR É JORNALISTA