A violência contra as mulheres e o assassinato da estudante de jornalismo Naiara Karine

O corpo da jovem de 18 anos, que cursava jornalismo, foi encontrado em uma estrada conhecida como Linha 15 de Novembro, na Zona Rural da capital rondoniense.

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O crescimento populacional que acontece de forma desorganizada, o uso frequente de drogas,  consumo de álcool desenfreado e a falta de mecanismos de suporte de apoio às vítimas da violência podem ser fatores que contribuem para o avanço de atos de agressões praticados contra as mulheres no Brasil. O sexo feminino continua sendo vítima frequente de atos de covardia em desfavor das mulheres, conforme mostrou o Mapa da Violência de 2016.

Em Rondônia, de acordo com informações da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Família de Porto Velho (Deam), os casos de violência registrados contra as mulheres também continuam contribuindo para o avanço do ranking da violência. Ocorre que muitas ainda persistem em permanecer no anonimato. O medo de denunciar o agressor faz parte do cotidiano de quem foi alvo dos atos de violência.

O governo também peca quando deixa de investir na melhoria da estrutura das delegacias. Muitas precisam de condições de trabalho e uma equipe de servidores para auxiliar quem vai até o local em busca de informação. Muitas mulheres deixam de ser assistidas e são devolvidas aos agressores. A violência contra as mulheres se tornou uma luta diária dos órgãos de segurança em todo o Brasil, mas pouco se percebe avanços importantes para mudar os números da violência.

O mapa da violência também é bem enfático quando destaca o crescimento dos assassinatos contra o sexo feminino. Não se pode esquecer que ainda existem crimes que não foram solucionados. É o caso da estudante de jornalismo  Naiara Karine, assinada brutalmente em Porto Velho. Até hoje não os verdadeiros responsáveis pela morte não foram punidos e o caso ainda segue sem solução. Os dois réus acusados de estuprar e matar a estudante de jornalismo Naiara Karine foram, inocentados do crime de estupro pela maioria do júri do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO).

Em 2015, após a divulgação do Mapa da Violência, se falou muito em criar grupo de trabalho com a finalidade de acompanhar o orçamento destinado para a construção de políticas públicas voltadas à mulher. Porto Velho talvez seja a única capital da federação onde a delegacia de proteção à mulher fecha nos finais de semanas.

Apesar de todos os problemas, as mulheres estão cada vez mais ocupando espaço. Dados divulgados na última segunda-feira pelo Instituto Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que as mulheres estão cada vez mais ocupando lugares que anteriormente eram controlados por homens.

Em 2015, conforme o estudo, a jornada total média das mulheres era de 53,6 horas e a dos homens, de 46,1 horas. De fato elas estão produzindo bem mais que os homens e, portanto, merecem reconhecimento da população masculina. Parabéns a todas as mulheres. Elas merecem.

O CASO NAIARA

Naiara Karine foi morta no dia 24 de janeiro de 2013, após sofrer um estupro coletivo praticado por, pelo menos, quatro homens. O corpo da jovem de 18 anos, que cursava jornalismo, foi encontrado em uma estrada conhecida como Linha 15 de Novembro, na Zona Rural da capital rondoniense.

Ela foi assassinada com vários golpes de faca e, segundo as investigações, sofreu violência sexual. O localizador do celular de Naiara ajudou a polícia a chegar ao local do crime horas depois de ter sido dada como desaparecida.

Fonte: Redação Valor&MercadoRO

 

 

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