A liberação de 1/4 do volume do plano safra para investimentos na agricultura familiar é importante para o aquecimento da economia nos médios e pequenos municípios, além de garantir a sustentabilidade na cadeia alimentar. É desse setor da agricultura que vem 70% do alimento consumido nas refeições. É a primeira vez que o BNDES disponibiliza parte dessa linha de crédito para os pequenos produtores. Esses quase R$ 5,1 bilhão serão muito úteis no interior do País.
A agricultura familiar é uma das bases de sustentação econômica de 90% dos municípios de até 10 mil habitantes. A força de trabalho é composta quase que unicamente por membros da família, às vezes com um ou poucos funcionários assalariados. A renda anual bruta não é superior a R$ 400 mil, consequentes da comercialização de diferentes culturas, mas esse montante garante a fixação das famílias no campo e garante o ciclo econômico nas microrregiões.
Embora, aproximadamente, apenas 20% das terras agricultáveis no Brasil pertençam a esse modelo de produção, a segurança alimentar do povo brasileiro depende da produção dos pequenos agricultores. Segundo dados do Censo Agropecuário de 2017¹, 87% da produção de mandioca é fruto da produção familiar. Em relação ao feijão, essa porcentagem é de 70%. Outras culturas também são bem relevantes nesse cenário: suínos (59%), leite (58%) e aves (50%) são as que mais se destacam.
Como as pequenas propriedades não possuem equipamentos e implementos sofisticados, a empregabilidade torna-se alta devido as etapas da produção e comercialização serem em mão-de-obra humana. O fluxo econômico é distribuído no local, aquecendo a economia e garantindo o ciclo econômico.
O autor é Editor-Chefe do Diário da Amazônia. Comunicador Social e Marketing/ Mestre em Geografia. Atua na Gestão Estratégica e Gerenciamento de Crise.
